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O parto e a primeira semana da Luísa.

Foi o parto para que fui mais nervosa.
Os meus filhos já cá fora eram o maior motivo desses nervos. Tantos "e se's" que levei comigo para o hospital.

Ajudou que me fossem levar, que na sua naturalidade mantivessem as coisas exactamente como elas são. Meninos, não saltem nos sofás, não desarrumem tudo, falem mais baixo, aqui não se pode gritar. E despedi-me deles com um abraço grande e até já.

Deixei de ter medo.

Na altura da epidural - e porque me dói sempre levar estar injecção - comecei a chorar e tive a sorte de apanhar um anestesista mesmo muito cuidadoso e a dor que tive em comparação com os outros foi mínima. (obrigada do fundo do coração)
Pensei: o pior já passou. Agora é esperar.

O parto demorou mais do que esperava(mos) talvez por estar mal habituada mas foi quando já não tinha o efeito da epidural que senti a Luísa a querer nascer. E queria mesmo.

Demorou 7 minutos a nascer desde o momento em que saí da sala de dilatação até a ouvir. As duas primeiras vezes que fiz força por ela foi ainda com dor, e depois deixei de sentir num mix gigante de adrenalina e da dose infalível que me deram no caminho para a sala, em andamento.

A minha médica - que adoro cada vez mais - lembrou-se, quando eu já não tinha capacidade para grandes raciocínios da minha vontade de ser eu a puxar a Luísa quando já estivesse à espreita. E assim foi. Directamente para o meu colo a minha filha de cabelo mais escuro - como a imaginei - em choro que se calou quando a apertei contra mim.

Foi o meu parto mais emocionante. Igualmente especial mas carregado de espera, expectativa, alguma dor (tiro o meu chapéu a quem tem partos sem epidural, posso jurar que nunca senti uma dor assim).

Depois, ela, o pai e eu, completamente abraçados, felizes, completos.

A Luísa nasceu às 19h02 do dia 21 de Junho no Hospital da Luz.
Os manos ainda a conseguiram visitar e receber os presentes que a Luísa trouxe. Cansados, em expectativa, às escuras.

E cada um a reagir como esperado, como as suas personalidades, como a sua idade, como a sua capacidade.

Os dias no hospital passam rápido e saí antes da Luísa ter 48 horas de vida o que é bom para a rotina lá de fora mas ao mesmo tempo muito assustador. A rotina lá de fora é em circunstâncias normais, simples, que se faz sem pensar, que funciona em piloto automático e depois chega a casa um bebé cujo o choro não se pode ignorar, com colo para dar - muito -, dar de mamar que toma tempo, fraldas (tantas!!!!) para mudar, sonos.

E depois os ciúmes, as chamadas de atenção, as coisas normais. Há birras, há esticar a corda ao máximo, há testar todos os limites e há continuarem a ser eles. Miúdos que precisam de mimo à mesma, de colo à mesma, de atenção à mesma e de gastar energia, à mesma.

Não está a ser perfeito. Não está a ser como nos filmes. Mas está a ser tão bom.

Nuns dias melhor quando todos colaboram e os astros estão alinhados, noutros dias pior.
A certeza é - e ajuda-me já ter passado por isto - que o primeiro mês é de adaptação, de tentativa e erro, de conhecermos o nosso bebé, de aprendermos, de nos moldarmos às rotinas uns dos outros. Uma casa com cinco pessoas e um cão já requer alguma estrutura mais apertada, mais regras, mais firmeza às vezes. E amor, sempre. E agora a triplicar.













Comentários

  1. Não consigo deixar de me identificar com a descrição e pensar no que será que me espera! O terceiro nasce em Outubro, a expectativa é enorme e a preocupação de como gerir esta família de cinco que se avizinha! Muitos parabéns pela chegada da Luísa e muitas felicidades!

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  2. Muitos parabéns, agora é uma questao de habitação da familia com um novo membro, com amor é tudo mais facil. Tive 4 de parto normal 2 sem epidural e os outros 2 com epidural, que em mim não pega, lol, mas foram as dores mais compensatórias que ja tive. Desejo- lhe as maiores felicidades para os criar! :)

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  3. Também vou ter o terceiro em outubro e estou em pânico, pelo parto, claro, mas também pelos 2 bebés que já cá estão. Obrigada pela partilha, sei que não vai ser perfeito mas vai ser ainda melhor, cansativo mas de certeza muito, mas muito gratificante. Tudo a correr bem. Beijinho grande

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  4. Tão bom ❤
    Só vejo amor nessa casa .
    Os filhos trazem o melhor de nós.
    Desejo lhe um mundo de gargalhadas 😘

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  5. Muitos parabéns!
    E muitas felicidades!

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  6. Somos 5 cá em casa, a bebé tem agora 9 meses. Olho para trás e penso como consegui, como sobrevivi. Mas melhora. Tudo se vai encaixando. E fica aquela certeza de que a mãe é mesmo o pilar da familia. E as birras e os ciumes, pronto, tem dias, mas faz parte e tambem sao reflexo do amor.

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