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Será que os educamos mesmo da mesma maneira?

Sempre soube que independentemente do número de filhos e de serem rapazes ou raparigas os ia educar da mesma maneira. Ou pelo menos tentar. Educar da mesma forma tendo em conta o seu feitio, a sua personalidade, a sua sensibilidade.

O que eu esperava era ser a mesma mãe, agindo conforme o que eles mostrassem ser necessário. E hoje percebi, que muitas vezes isso não aconteceu. Ou não vi. Ou julguei mal. 

Quando saímos de Lisboa a Leonor e o Zé Maria continuaram na mesma escola durante algum tempo. A certa altura surgiram vagas para uma escola mais perto de casa e lá os mudamos. A Leonor a começar o primeiro ano e o Zé Maria o primeiro ano do pré escolar.

Foi uma enorme mudança para todos e foi um início de ano difícil, muito medo que não se dessem bem, toda a expectativa da mudança, o enorme desejo que fossem felizes na nova escola. 

A Leonor entrou com 6 anos, o Zé Maria com 3. Ainda usava chucha. Era, para mim, um bebé. 

Deixei-o na escola no primeiro dia até ao meio dia. Ele não chorou. Nem uma lágrima. No dia a seguir almoçou e dormiu. E pronto. Foi esta a adaptação. 

A Luísa, entrou com 2 anos e demorou 2 ou 3 meses a adaptar-se. Ou eu. Que fiquei lá na sala dela dias aos quais perdi a conta. A fui buscar antes de almoço durante semanas e só lá dormiu passado um mês. 

Não sei como nem porquê mas fui uma mãe diferente com eles. E sei que muitas vezes sou, sem querer. Sou irmã do meio e tento - muito - ser cuidadosa com O Zé Maria. A Luísa nasceu quando ele tinha 2 anos e 3 meses. Está entre duas miúdas e 80% dos seus dias são passados com mulheres. Tento ser justa e não exigir dele mais do que pode dar. Ou do que quer. 

Sei que às vezes falho nisso. A Luísa fê-los crescer de um dia para o outro. Todos cresceram no segundo em que ela nasceu e no entanto, na realidade, estavam exactamente do mesmo tamanho e eram exactamente iguais. Com 4 e com 2 anos. 

Claro que todos reagem de forma diferente e ainda bem que o Zé Maria se adaptou com facilidade mas sei lá eu se ele simplesmente se resignou, se não teve alternativa senão aceitar aquele primeiro dia e todos os seguintes. Sei lá eu se não precisava de mais tempo, mais colo, mais mãe. 

Às vezes faz bem ter a noção de que não estamos sempre certas, não fazemos tudo bem, falhamos. Com um ou com outro, com todos. 

Sei que muitas vezes falho e não vivo a culpar-me por isso mas vivo a pensar em como posso ser melhor e a minimizar essas falhas. 

Hoje está tudo mais equilibrado e a idade não faz diferença. Percebi que precisam sempre de tempo, de compreensão e de colo. E prefiro dar sempre a mais do que a menos, pelo sim pelo não. 

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