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Mensagens

ponto de situação

Passou mais de um mês desde o último ponto de situação. Podíamos estar melhor. Continuamos na onda do "não nos podemos queixar" mas às tantas a sorte mudava que não calhava mal. Comecei dieta, das boas, das sensatas, das que assim que se começa se percebe o quão mal se andava a comer.  Ainda não voltei ao exercício porque sou assim, preciso de me sentir mais leve e sei que não faz sentido mas pouca coisa faz sentido em mim. Estou confiante e motivada.  Quero cortar o cabelo ainda este mês.  Tenho o meu certificado de formadora na mão e estou devagar - mas não lentamente - a meter mãos à obra. Está a ser um mês de pouco trabalho e precisava que fosse um mês de muito trabalho porque Janeiro tem duzentos e noventa e um dias. Os miúdos estão tranquilos e sempre me surpreendo com eles porque às tantas podiam virar a boneca e são firmes. Ainda ninguém teve covid nesta casa mas lá chegaremos e se tudo correr bem, todos ao mesmo tempo. Vou a Barcelona com amigas para o mês que  vem e
Mensagens recentes

Para acrescentar à agenda

Criar uma agenda para todas as mães não foi um processo fácil. Não deu para pôr tudo o que queria e tivemos de fazer algumas opções e cortes.  Por isso hoje deixo aqui duas das páginas que me custou muito cortar, as das Finanças.  Podem fazer aqui o download e acrescentar à vossa agenda.  Nota: imprimam em tamanho A5 Beijinhos 

na maré

Não estou aqui, fui na maré... que a lua nova trouxe  e mudou tudo e todos. Que agitou os sonos e os sonhos. Não estou onde estão os meus pés,  as minhas mãos,  onde pousei a alma, pousei a calma. Não estou no embalo, onde parei. Não estou aqui. Deixei-me a ficar no tempo a ser vazio.  Deixei-me a ser ninguém.

episódio 2 - no corredor

Atravessou o corredor a medo. Era isso ou acordar novamente a irmã. O corredor era tão escuro que lhe parecia impossível a uma criança. As tábuas faziam-se notar a cada passo e ela preferia atravessá-lo em pressa do que se demorar por ali. Deviam ser uns 4 metros que lhe pareciam 12. Respirava fundo e ia de olhos fechados como se isso a protegesse do medo. O medo era de nada. Só do escuro, do desconhecido, do caminho, de não saber o que estava do outro lado.  Mesmo já tendo passado ali com a luz do sol. Quando chegava era bom e era mau porque era obrigatório voltar. Já sabia que nada se passava e que era só um caminho e mesmo assim voava para chegar o mais depressa possível. No dia a seguir era igual. Todos os dias.O mesmo corredor escuro. Todos os dias a luz da manhã a fazer esquecer a noite. As manhãs serviam para lhe descansar a alma e se rir de si mesma. Tinha a certeza que à noite não haveria medos porque estava tudo ali, tudo o que era para existir, tudo o que fazia realmente par

Episódio 1 - O espelho

Tinha à volta de 40 anos quando se começou a aperceber da vida. Ao mesmo tempo que parecia cedo, também lhe parecia tarde.   Até lá, corria tudo com mais ou menos problemas, mais ou menos histórias para contar. Todas essas pequenas histórias se juntaram naquele dia para lhe mostrar a pessoa em que se tornou. Não era mal nem bem. Era aquilo.   Cada bocadinho de história ia dar ali. A um corpo. Custava estar de frente para si mesma e pousar em cada assunto de si. Tinha de ser. Era hora. Aquele momento parecia-lhe uma corrida de carros, cada instante a passar mesmo ali à  sua fre nte.   O nascimento, a sua infância, a morte dos avós, separações, mudanças, casamento, filhos, trabalho… Um atrás do outro a juntar-se em monte numa só pessoa. Parecia-lhe muito. Não demais, mas muito.   Percebeu também que cada memória tinha um peso e era perfeitamente capaz de as dividir. As leves acabavam por ser as que ocupavam um espaço mais importante, as gargalhadas, os passeios na praia, as coisas que nã

2020/2021

No outro dia o Zé Maria disse que o dia em que mudou de escola foi o pior dia de sempre. Nesse ano, mudaram todos de escola. A Leonor entrou para o primeiro ano, o Zé Maria para o segundo ano do pré escolar e a Luísa entrou na creche pela primeira vez  (e depois acabou por sair e ficar comigo mais um ano). Estávamos todos arrasados emocionalmente. Lembro-me que tive que deixar o Zé Maria e ficar com a Luísa na sala. Ele diz que chorou o dia todo. Nunca pensei que se lembrasse com tanto pormenor. Foi há 3 anos.  Está especialmente nervoso este ano. Vai entrar para o primeiro ano, depois de sete meses em casa. Diz que não quer ir apesar de todo o nosso incentivo e até da Leonor que adora escola e lhe diz que vai ser espectacular. Os meus filhos nunca foram de amar a escola. E eu sou forte promotora porque se for bom, é óptimo. A Leonor quando entrou com um ano esteve 15 dias sem comer e sem dormir. Diziam que ela estava muito apegada a mim, como se isso fosse mau. Como se ter

Estas férias

Todos os anos anseio pelas férias. Normalmente é sempre após períodos de trabalho intenso do meu marido, quando os miúdos já estão esgotados da escola e eu ansiosa por quebrar as rotinas dos nossos dias. Este ano é/foi muito diferente. Estamos juntos desde o início de Março, 5 meses. Todos os dias sem excepção. O meu marido foi trabalhar em Junho e eles mantiveram-se comigo em casa.  Este ano a vontade de férias não era pelas saudades uns dos outros, não era pela necessidade de estar juntos, mas para sair do nosso sítio.  Não tanto mudar as rotinas dos últimos meses mas mudar o chip, aproveitar sem grandes obrigações, ignorar (ainda mais) os horários, facilitar (ainda mais) as refeições.  A verdade é que eles estão fartos uns dos outros e de nós também. Vejo quando os juntamos com primos, tios, avós que respiram de alívio. Descontraem.  Fazem um intervalo mental de nós.  E nós pais, ou pelo menos eu, estamos com a rédea curta. Trouxemos bagagem.  A ideia de férias, este ano