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A mostrar mensagens de março, 2018

Carta à mãe da minha filha Leonor

Tu não sabes mas um dia vais ser mãe de três. Também não sabes mas ter um filho dá mais trabalho do que ter três. É mais duro. É mais exigente. É mais solitário. Arriscas com o que tens e não tens exemplos para seguir. É só instinto mas também é tapar os ouvidos ao instinto e fazer como te dizem porque até faz sentido tudo isso. Faz sentido seguir os timings das coisas e dos pediatras - porque quem és tu para saber mais que eles - e dos grupos e dos amigos e daqueles que já têm filhos. Tu não sabes mas algumas vezes falhaste simplesmente porque decidiste não seguir esse instinto e vais ver isso com o teu segundo filho e vais ver ainda melhor com o terceiro.  Vais ver que houve momentos da tua vida com a Leonor, quando ela chorava e quando ela não dormia que o teu colo chegava, que ela não ia ficar mais mimada por isso e que apesar de tudo cresceu, está a crescer,  cheia de confiança e vida. E cheia de colo. Não sabes isto mas ela tinha todas as respostas. E mais algumas. 

É agora

É agora que mudo de emprego. Que assento. Que arranjo uma relação séria. Que faço aquela viagem. Que calço uns ténis e vou correr. Que ando de avião. Que faço uma dieta. Que mudo de vida. É agora. É agora  que mudo o mind set. Que vou mais vezes à missa, que começo a meditar, que me inscrevo no ioga. É agora que começo a desacelerar, a olhar mais para dentro e menos para fora. Que me esforço para ser melhor. Que exijo menos. É agora. É agora que ganho coragem. Que salto. Que vou em frente. Que cumpro a promessa, que cumpro o plano. Que monto a prateleira,  que pinto a parede de amarelo, que adopto um animal. É agora. A vida atropela-se e quando se pára os "é agora" são tantos que não há por onde começar. O saco vai enchendo e a lista de coisas para fazer vai aumentando, vai-se amontoando. O meu saco vai tendo algumas destas resoluções e às vezes vou riscando algumas delas da lista. Algumas são constantes em mim.  É agora que vou confiar mais em mim,  ser forte e segur

Meu pai. Pai dos meus filhos. Pais.

Nunca saberei o que é ser pai. O que sentem os pais. Os de antes e os de agora. Se para eles é igual ao que é para nós, mães, mulheres. Se vivem as mesmas coisas mesmo quando às vezes (nos) parece que não. Se a intensidade é a mesma. Nalgumas coisas, em tudo. Sei a importância do pai. A imensa importância que tem. Porque sou filha, vejo como o meu pai me influenciou em tantas coisas e em como as recordações são tão fortes desde tão cedo. Via-o como um gigante. Enorme. Exigente mas com as melhores brincadeiras. Fazia-nos rir e envergonhava-nos ao mesmo tempo quando decidia ser criativo no meio da rua. Contava-nos histórias de pombos chamados Alberto que se passeavam no Chiado. Pedia na caixa de supermercado para embrulhar frangos, oferecia-nos gelados se tivéssemos coragem de fazer coisas, como ir falar ao Presidente da República na praia ou andar 6km pelo areal. Dizia que eu (ora eu ora os meus irmãos) éramos os melhores "trazedores de roupões", os melhores a tirar gelo

E quando eles crescerem?

Um dia eles vão ser grandes e não vão precisar de mim. Se tudo correr bem. Vão tirar o seu curso e/ou arranjar o seu emprego, vão viver para fora ou com amigos ou sozinhos. Vão casar. Um dia a casa vai estar sem eles e por mais duro que seja imaginar, vai ser - naturalmente - uma casa vazia. Isso não me preocupa nada. Sair de casa é agridoce para todos. Mas também é para isso que os pais se preparam: para a naturalidade da vida. E eu? Que pessoa vou ser daqui a 15 anos quando eles não precisarem que os vá buscar à escola, os leve ao médico ou ao ballet e ao futebol? Quando o fim de semana for sinónimo de filhos na rua? Não vejo os meus filhos como um investimento. São tão meus filhos como do pai e estamos os dois a fazer o melhor que podemos e sabemos por eles. Cada um com o seu tempo, a sua disponibilidade mas somos os dois 100% pais deles. Não é um investimento estar em casa. É uma espécie de esperança que disto saia uma coisa boa. Mas pode ser tudo ao lado... sei lá eu... sabemo

As nossas coisas

Cada um tem as suas coisas. As suas coisas que nos chateiam. As nossas coisinhas. Coisas piores coisas melhores. Coisas que nos impossibilitam de viver por inteiro e coisas que nos empurram para outras coisas. Ou boas ou más. A certa altura as nossas coisas perante pessoas que olham para a vida com perspectiva ou imensidão parecem-os absurdas. Perante a saúde. Perante os filhos. Perante o sol. Perante a chuva. Perante homens que levam a vida com vida, pessoas que se ultrapassam, a elas mesmas, a incapacidades, aos obstáculos. A certa altura as nossas coisas são queixumes tontos, caprichos e coisinhas de nada. A dor no pé. O risco no sofá. Os quilos a mais. As férias que não se conseguiu tirar. As nossas pequenas desilusões e frustrações. Mas são as nossas coisas. Sempre válidas porque são nossas. Aprender a pôr a vida em perspectiva sem precisar de exemplos de grandes pessoas que nos põem a um canto só por terem existido - é a grande caminhada da minha vida. Não tem nada a ver com f

A mulher que os meus filhos vêem

Se eles não existissem - os meus filhos - muito provavelmente seria uma mulher completamente diferente. Nem melhor nem pior. Diferente. Nem a imagino. Mas porque eles existem e porque eles são três e porque tenho 2 raparigas e 1 rapaz, sinto que tenho uma grande responsabilidade. Diferente daquela que teria se fosse uma mulher, sem eles. Não posso apenas ser. Sempre que sou, eles vêem, copiam, imitam, reproduzem. Adorava ser politicamente correcta e dizer que as mulheres são iguais aos homens, mas eu não acho - nem de perto nem de longe - que sejam. Acho que os homens são capazes de fazer algumas as mesmas coisas que as mulheres. E as mulheres são capazes de fazer  algumas  as mesmas coisas que os homens. Mas não somos iguais. Eu pelo menos não sou. Gosto que me abram a porta do carro embora seja perfeitamente capaz de o fazer, que me retirem dois sacos da mão e o peso dos braços. Que me paguem o jantar ou o cinema embora o dinheiro seja nosso . Às minhas filhas vou mostrar que

Saudades do dia em que tu nasceste

Fui ao meu hospital, consulta de rotina. Ao lugar onde uma, duas e três vezes a minha vida mudou. Ao meu lado, no check in entrou uma senhora para fazer o internamento. Estava nervosa e feliz, preocupada porque não tinha tido tempo para ler todos os consentimentos que tinha que assinar. O marido, ao lado dela, parado a entregar-lhe papelada e a olhar para o vazio. Adorava saber o que se passava na cabeça dele. Na dela, acho que sei. Ou pelo menos sei o que eu pensei naquela altura. No dia em que tu nasceste o dia mudou para depois mudar a vida inteira. No dia em que tu nasceste esteve sempre sol. Eu estava frágil e imensamente forte numa antagonia como nunca antes. Se me pedissem para andar 100 metros provavelmente não conseguiria, no entanto tinha força para dar e vender para que nascesses em três tempos. Para ficar acordada nas 24 horas seguintes, só ali, a ver-te. Para passar por algumas dores. No dia em que nasceste senti uma adrenalina imensa maior que qualquer uma até hoje. Me
Ei-la. Pronta a sair porta fora assim que a chuva decidir que já chega. Espera-lhe um cesto daqueles que pedem flores e legumes e quicá um peixinho da praça. Uma cadeira para a Luísa, eu e o nosso rio nos encontrarmos mais vezes. Aproveitar os meses que nos restam em casa juntas, o tempo que passa acordada - que é cada vez maior - e os dias mais longos. Ainda quero ver como me oriento por aí porque uma coisa é saber andar de bicicleta e outra é saber andar na cidade. Mas tem tudo para correr bem. Vai ser bom para o corpo, para a mente e para os nossos dias. (Boa semana!) Da Maria do Mar Shop via Instagram

A comemorar os 3 anos - Parte I

O blogu e vai fazer 3 anos em breve e vou começar a festejar com algumas surpresas. Para começar logo em grande um passatempo que vos vai deixar em êxtase! Pelo menos a mim deixou. A BébéConfort foi uma das primeiras marcas a dar-me a mão e a apostar em mim.   Não  são para mim só uma marca de enorme inovação, qualidade e preocupação com a segurança das crianças mas também um conjunto de pessoas dedicadas e de bom coração. Isso ainda conta? Claro que sim. Bem, vamos ao que (vos) interessa. Durante uma semana vai estar no Instagram - e só no Instagram - um passatempo a decorrer com uma mecânica muito simples. Têm que gostar do meu Instagram e do Instagram da Bébéconfort Portugal e depois fazer um tag a dois amigos na fotografia do  passatempo que está no meu feed - aqui .  E o que podem ganhar? Estão  sentados?  Se a vossa preferência for desde os 4 meses até aos 4 anos, de costas para a estrada até aos 2 anos e depois de frente para a estrada até aos 4 anos e