Há 7 anos, estava grávida da Leonor, 13 semanas. Fui trabalhar como num dia normal e esse foi, sem eu saber o meu último dia de trabalho. Tal como o trabalho é entendido. A empresa fechou. Abriu falência e na minha inocência encarei com leveza. Seria só um intervalo. Mal sabia. Que primeiro um filho depois outro e depois outro e o mundo virado de pernas para o ar e uma coisa leva à outra e eu nunca mais tive um horário fixo. Nunca mais tive um ordenado. Nunca mais tive timings prazos obrigações exigências. Ou alguém mais velho do que eu a exigir. E no entanto tive horários tão rígidos dias tão difíceis tantas noites em branco. Tive reuniões consultas passeios brincadeiras. Dei mimo 24 horas por dia, estudei os meus filhos de fio a pavio e tentei que também beneficiassem da minha decisão. Ensinei músicas, os sons dos animais, os números os transportes. Levei ao jardim à praia ao parque. Fiquei com eles em casa quando estavam doentes. Fui a todas as festas reuniões encontros da escol