Os bebés choram. É um facto irrefutável. Quando vêm parar às nossas mãos, principalmente na primeira vez, o choro pode ser muito assustador. Com a minha primeira filha, o choro significava uma quebra no sono - sempre atribulado dela - e por isso era como uma facada sempre que o ouvíamos. Íamos a medo, pé ante pé, a esperar que por milagre parasse. Tínhamos medo daquele choro. Não o reconhecemos durante algum tempo. "É sono? É fome? É sede? Calor?" Estávamos completamente às escuras. E ela não chorava muito. Aquele choro fez-nos duvidar muitas vezes. Vezes demais, sei hoje. O choro não é a primeira mensagem que o bebé nos envia. Às vezes é a última, em desespero já, e por isso é absolutamente natural que não sejamos capazes de interpretar logo, os sinais. Andamos às apalpadelas. Não reparamos que quando tem sono coça as orelhas, põe a mão no cabelo e quando tem gases mexe muito as pernas e quando tem um arroto tem um tique com a língua. O que me fui apercebendo com