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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2018

Engoli um sapo

O primeiro dia em que engolimos o primeiro sapo é uma lição de vida. Aqui começa o role de momentos em que enfiamos o saco na cabeça ou a cabeça na areia. É um dia marcado por alguma vergonha em que se disfarça como se pode ou melhor ainda, se mente. Com todos os nossos dentes.  "Ah sim! Eu sempre disse que a partir do momento em que o bebé nascesse já não teria muito tempo para mim". Mentira! Eu achei que ia ser exactamente igual e que os bebés só dormem e comem. Depois há os sapos sociais. Aqueles que dizemos às outras mães antes de sermos mães completamente às escuras. Mas ele dorme ao teu colo? Coitada! Sabemos lá o milagre que é dormir com um bebé ao colo. "Ele pode mexer em tudo? Não te chateia?" Não. Prefiro que ele me desarrume a vida inteirinha à minha volta se isso significar 5 minutos de pseudo paz. "Tens ido ao ginásio? Quando for mãe estou lá batida no primeiro mês 《que é para isto ir logo tudo ao sítio》." Bom para ti. A mim custa-me
Hoje vi o Zé Maria a levantar-se, ir buscar uma cadeira e sentar-se entre a Luísa e um menino que não a largava e lhe deu uns apertões. Olhei para ele e ele para mim: mãe, a Luísa já está protegida! Ele é bom da cabeça aos pés mas também é a prova que os bons não têm sempre que ser fracos. Antes pelo contrário. É na bondade que está a maior de todas as forças. Quase a fazer 4 anos.  via Instagram

Porra. É isto.

Tenho a sorte de ter amigas que me conhecem e me topam a milhas, que sentem muitas vezes o mesmo que eu ou que a determinada altura sabem, exactamente como me estou a sentir. Às vezes do nada recebo no whatsapp um link para um vídeo, uma frase, uma notícia. Normalmente vem de uma amiga que só me manda coisas boas e por isso sei que só posso ler quando parar. Quando estiver sozinha.  Às vezes custa-nos assumir certas coisas da vida e de nós porque não queremos ser vistos como uma pessoa que se queixa, ou que nunca está satisfeita. Continuo a achar, e vou achar para sempre que não estar satisfeito, é bom. Às vezes não estar satisfeito significa só que queremos melhor ou que queremos melhorar. Estar insatisfeito não significa nem de perto nem de longe, ser infeliz. Antes pelo contrário. Quando se chega onde se quer a felicidade é imensa.  Mas e quando se sente sempre uma falta de qualquer coisa? Toda a gente sente uma falta. E há faltas para todos os gostos. Queríamos ter mais disto o

Contem até três.

Fechem os olhos. Contem até três. Respirem. A mãe está aqui. Quando a lua vier o frio chegar a febre subir. A mãe está aqui. Vai levantar o vento um dia. Vai às vezes ser duvidosa a magia. Vai ser difícil sorrir. O chão vai tremer E tudo vai acontecer. Mas a mãe está aqui. Fechem os olhos. Contem até três. Mesmo que eu não vos faça sentido um dia  E que não me queiram a mim, Respirem. Descansem Vão e voltem... A mãe abraça-vos até se rirem. A mãe está sempre aqui. via Instagram

É preciso desromantizar as pessoas

O meu irmão que ainda não é pai mas que já tem a sensibilidade preparada para, tem-me enviado uns videos da Hel Mother. Mãe solteira, jornalista,  29 anos, de Brasília. E se à partida ela e eu tenhamos pouco ou nada a ver, à medida que vou vendo os seus vídeos, mais me identifico. O seu canal no YouTube e os seus videos pretendem desromantizar a maternidade com humor e sem a inferiorizar. Essa é ainda a maior dificuldade que tenho em fazer passar as minhas mensagens. Mostrar a maternidade tal como ela é não é destrata-la. É só torná-la real. E encontrar humor nisto tudo ajuda. O que ajuda ainda mais é sentirmos que não estamos sozinhas e encontrarmos alguém que nos faça sentir exactamente o mesmo e ainda esboçar um sorriso no fim e respirar de alívio. Ufa! Não sou só eu. Ela fala ainda que encontrou apoio nos grupos de maternidade que aqui em Portugal também há e aos milhares e que ajudam muitas pessoas. Assim como os blogs e as contas no instagram. Toda a gente procura alguém qu

fomos e por lá ficámos

Acordámos no Sábado sem grandes ideias e o meu marido sugeriu irmos passar o dia a Évora. Era longe o suficiente para apanhar a hora da sesta e eles dormirem no caminho e perto o suficiente para não ser uma viagem. Pus uns sumos e uns amendoins no saco, fraldas, e um blush (se eu soubesse e ao mesmo tempo ainda bem que não soube). Aproveitámos aquele tempo como sempre para pôr a conversa em dia - parece que falamos mais no carro enquanto eles dormem do que durante toda a semana em casa - e fomos bem devagar, como se quer, até Évora. Almoçar, passear, visitar. E acábamos por ficar. Évora estava cheio (e caro) e fomos parar a Montoito, a um centro hípico, o  Lusitaurus  que tem um conceito muito giro. Não é de luxo, nem de perto nem de longe, mas tem tudo aquilo que se precisa e mais. Para quem gosta de cavalos pode visitar as boxes, ter aulas de equitação ou só mesmo - como nós - dar uma voltinha. As pessoas são incrivelmente simpáticas e tem a conveniência de ter um restaurante lá co
Às vezes eles brincam a trabalhar. E a seguir à palavra trabalhar vem sempre pai. O pai queixa-se que trabalha muito. E eu queixo-me que ele trabalha muito. E os miúdos queixam-se do mesmo. Mas sei que vão crescer cheios de orgulho no pai que se esforçou no seu talento e o fez compensar. Estar em casa foi uma decisão de todos mas sou eu que estou em casa. E quando penso que preciso que os meus filhos se orgulhem de mim tenho medo. Claro que tenho medo. Que não chegue. Não por mim que me chega e sobra, mas por eles. via Instagram