O cinto do carro vai por baixo da barriga. As calças têm uma cintura elástica. Tomamos cálcio, ferro, iodo, vitaminas antes de deitar. Lavamos a salada até mais não. Viramos o ovo para trás. Andamos de mão dada. Ensinamos que só se anda no verde. Protegemos do sol. Da chuva. Do vento. Damos as melhores frutas, a melhor parte da torrada, olhamos de lado para quem os magoa e até para quem os protege, os vacina, os medica, para quem os educa para além de nós e ouvimos com desdém os seus defeitos que bem reconhecemos. No momento em que somos pais acciona-se um mecanismo de defesa que é quase primitivo. É nosso papel aquecer o nosso filho, alimenta-lo, protege-lo de tudo e de todos. Se cai, se espirra, se se engasga, se está doente. Há um clique que dispara e que nos faz estar lá, ser mais forte, ser pai mesmo quando ainda não nos sentimos assim tão adultos. Ser mais do que somos muitas vezes e superar todas as nossas forças, as forças que vêm de dentro e as que se mostram por fora. Es