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A mostrar mensagens de junho, 2016

O parto e a primeira semana da Luísa.

Foi o parto para que fui mais nervosa. Os meus filhos já cá fora eram o maior motivo desses nervos. Tantos "e se's" que levei comigo para o hospital. Ajudou que me fossem levar, que na sua naturalidade mantivessem as coisas exactamente como elas são. Meninos, não saltem nos sofás, não desarrumem tudo, falem mais baixo, aqui não se pode gritar. E despedi-me deles com um abraço grande e até já. Deixei de ter medo. Na altura da epidural - e porque me dói sempre levar estar injecção - comecei a chorar e tive a sorte de apanhar um anestesista mesmo muito cuidadoso e a dor que tive em comparação com os outros foi mínima. (obrigada do fundo do coração) Pensei: o pior já passou. Agora é esperar. O parto demorou mais do que esperava(mos) talvez por estar mal habituada mas foi quando já não tinha o efeito da epidural que senti a Luísa a querer nascer. E queria mesmo. Demorou 7 minutos a nascer desde o momento em que saí da sala de dilatação até a ouvir. As duas primeira

Foi assim que aconteceu.

Sou uma mãe de três filhos. Acordo de manhã e eles são pequenas pessoas dependentes de mim, do meu marido e de todas as nossas decisões. Tudo aquilo que fizermos será a pensar neles, a nossa vida será passada metade em função da sua felicidade e do seu bem estar, da sua saúde, do seu crescimento. Ter um filho sacode-nos. Passamos a ser ainda maiores quando eles nascem e ainda mais pequenos para tamanha responsabilidade. É uma graça, uma benção, um milagre e um peso gigante que temos que carregar com a maior leveza possível ou caímos no erro de nos apercebermos que está praticamente tudo dependente de nós. E isso assusta. Felizmente, somos dois a levar às costas estes minorcas, a ceder tantas vezes às suas birras, a errar redondamente, a saber que acertámos quando os vemos bons, educados, felizes, livres. Felizmente somos dois que (faz hoje 7 anos) juntos e apesar de tão diferentes queremos exactamente o mesmo para a nossa casa. Em 7 anos de casamento e 3 filhos depois também

Como vai ser este parto?

Estava em casa. Sentada no sofá. A médica tinha aconselhado andar e já tinha dado o meu passeio, a esforço, de manhã. Estávamos a ver o filme Marley e eu. Rebentaram-me as águas e eu achava que tinha feito chichi. Não fazia ideia que era assim. Faltava um dia para as 40 semanas. Umas horas para a Leonor. Não tínhamos outros filhos.  Pegámos nas malas.  Fomos.  E repetimos várias vezes: vamos ser pais. O meu marido ficou comigo no hospital.  2 anos e 7 meses depois,  quando faltava 1 dia para as 40 semanas a minha médica viu-me.  Já estava com dilatação,  fui para casa,  deitei-me para que não nascesse durante a noite e no dia a seguir fui para o hospital. A logística já foi diferente.  A Leonor foi para a avó na noite anterior para podermos sair sem preocupações. Custou-me. O Zé Maria nasceu por volta da uma e meia da tarde e a Leonor conheceu-o nesse dia, depois da escola. O meu marido dormiu em casa, com a nossa filha. Agora estou nas 39 e 1 dia. Com consultas marcadas mas se

Enquanto a Luísa não chega.

Fomos só ali matar um desejo antes do nascimento da Luísa. Caracóis e panaché fingido com cerveja sem álcool e mais umas coisas boas que foram no entretanto. Muito calor, pouco tempo, conversas rápidas mas boas. E depois antes de cada uma ir às suas vidas, umas fotografias como se nada fosse. - Podias ter dito que tinha vindo mais gira e mais maquilhada! Indiferente.... Mostrar a barriga para a posteridade e para guardar para sempre na memória. Sem grandes coisas, como somos as duas, uns cliques e já está. Eu, sem tirar nem pôr e a Luísa, quase quase, ao meu colo. Obrigada mana .

Hormonas do antes. Hormonas do depois.

Venha o diabo e escolha. Que felicidade é estar grávida. Um bebé a crescer,  uma vida dentro de nós. Bebé a mexer, preparar tudo, escolher nome.... Uma vez encolhi uma camisola do meu marido e chorei como se lhe tivesse assassinado a mãe por engano. Depois ele riu-se porque é uma pessoa normal e desvalorizou e eu chorei mais porque ele me gozou e depois ele ficou calado a medo e eu refilei com o silêncio. E esse episódio define uma temporada por que passo sempre que engravido. Entro numa espécie de regresso à adolescência e ninguém me compreende,  falam mal de mim nas costas, são injustos. Choro.  Lamento-me e julgo que tudo passa assim que faço nascer os meus motivos hormonais. Sou toda amor. Obcecada pelos meus filhos.  Apaixonada por eles. Dedicada sempre. E todo os dias das suas vidas,  com 1 dia, 1 ano, todas as fases do seu crescimento e do seu ser. O final da gravidez é mais calmo.  Parece que o estado hormonal estabiliza para podermos estar minimamente sãs para receber o

37 semanas e tal.

Agora sim.  A recta final. Se bem que pelo historial ainda podem faltar quase três semanas. Já estou naquela fase. Andar à pato, respiração ofegante, a dormir pessimamente ou pela posição ou pelas insónias. Isto é o mau. O bom é mesmo que estou óptima e o mau é só aquele desconforto. Ir buscar os miúdos e toda a rotina com eles custa-me e muito mas ao mesmo tempo faço questão que se mantenha porque depois não a terão algum tempo. Vou tentar mantê-la até à final se conseguir e puder guiar. [Não me lembro se se pode ou não]. Os banhos,  vestir, as birras de final de dia que o Zé Maria ainda faz,  os dramas em que a Leonor está a entrar, as asneiras, as lutas e as discussões, os jantares. Tudo aquilo que, não estando grávida (deste tempo), giro facilmente,  grávida de 37 semanas já demoro a reagir e a controlar. Eles continuam a escalar por mim acima como se nada fosse,  a querer colo e da nossa rotina faz parte uma meia hora por dia de televisão à tarde em que aqui estamos,  enro