Antes dela nascer, e apesar de ser a minha filha mais velha, já tinha estado grávida. Não consigo dizer que por isso não era já mãe porque o fui. Pouco mas muito pouco tempo, mas fui. Mas depois veio ela. A filha que me fez mudar tudo, acreditar no mundo e duvidar dele, a que me fez ser mais resistente, mais forte, mais dura, a que me fez chorar, sorrir, e tudo isso ao mesmo tempo. A que às vezes me fez intransigente, a que me fez relativizar, a que me fez ser leoa. Chocou-me esta filha por ter sido o meu grande teste. Das dores do pós parto às dores do coração, à completa privação de sono e mais de um ano a gerir um ser magrinho que não gostava de comer, esta filha fez-me/nos passar por todos os testes. Menos um. A certeza que a amávamos mais do que tudo na vida. Isso era claro. Fomos dela, os piores pais do mundo. Ao 4º dia de vida entalamos-lhe a perna no cinto do ovo e fez sangue. Deixámos cair frascos de creme por cima dela depois de batermos numa prateleira e fo