Há um brilho nos olhos dos meus filhos que me diz que me amam. Que sentem orgulho. Que esperam o melhor de mim. Mas sem grande cobrança.
Há neles uma esperança que os faz acreditar numa espécie de mim herói. Numa espécie de mim invencível, numa espécie de mim, perfeita. Apesar de me reconhecerem as imperfeições.
Não há desilusão.
Eu e o pai somos uns heróis.
É por nós que esperam quando a escola acaba, somos nós que estamos para o banho, o jantar, o deitar. Corremos, brincamos e somos fortes porque os levantamos no ar e os carregamos nas cavalitas e os fazemos rir com piadas tontas e caretas.
Eles são o nosso público mais fácil. Basta-nos pouco para os fazermos felizes. Às vezes basta estar lá.
De manhã chamam por nós e não descansam enquanto não virem a nossa cara. À noite querem-nos se têm medo e somos nós quem os faz sentir seguros. Querem o nosso colo, a nossa mão, o nosso abraço. Pedem o nosso aplauso, o nosso orgulho, o nosso sorriso. A nossa companhia.
E temos pouco tempo para andar com esta capa, com este fato que só eles vêm.
Um dia vamos ser pessoas normais.
Que falham. Que erram. Que vacilam.
Vamos desiludir, desapontar. Mesmo que sejamos iguais ao que somos hoje. Os olhos deles mudam e o filtro vai-se.
Seremos humanos.
Nós vê-los-emos sempre heróis, de armadura. De fato. Capa posta.
Enquanto eles crescem criamos os heróis que temos tempo para ser e damos tudo para que nos vejam assim o máximo de tempo possível, que acumulem orgulho e que lhes chegue para que em adultos nos vejam como homens normais que falham, que tentaram ser exemplo e que os amaram sempre.
Mesmo quando lhes falharam alguns poderes.
Passaram 15 dias desde a última actualização e tudo está maior. Eu no geral e também a minha barriga. Fizemos a ecografia morfológica e é impossível a Luísa estar mais saudável e mais enérgica. Durante toda a ecografia não parou e mostrou-se em toda a sua beleza. A médica disse que ela grande e gordinha. Está do tamanho de uma papaia, com cerca de 550 gramas e quase 30 cm! Comigo também está tudo óptimo e não há sinais de parto prematuro - que temos sempre em conta uma vez que no início tive um descolamento. Não tenho azia, nem dores no corpo, nem de cabeça e só ao final do dia, quando me sento, é que sinto o peso todo do dia ali mesmo no sofá. A fase em que estou é óptima porque ainda me mexo e durmo bem, apesar de estar com o sono muito mais leve. Mas de longe esta é a gravidez que mais me está a custar. Primeiro porque não estou mais nova, depois porque - e este é o grande motivo - tenho um filho que ainda quer colo e a quem ainda lho quero quero dar, e muito. E brincar, e correr...
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