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Hormonas do antes. Hormonas do depois.

Venha o diabo e escolha.
Que felicidade é estar grávida. Um bebé a crescer,  uma vida dentro de nós. Bebé a mexer, preparar tudo, escolher nome....
Uma vez encolhi uma camisola do meu marido e chorei como se lhe tivesse assassinado a mãe por engano. Depois ele riu-se porque é uma pessoa normal e desvalorizou e eu chorei mais porque ele me gozou e depois ele ficou calado a medo e eu refilei com o silêncio. E esse episódio define uma temporada por que passo sempre que engravido.
Entro numa espécie de regresso à adolescência e ninguém me compreende,  falam mal de mim nas costas, são injustos.
Choro.  Lamento-me e julgo que tudo passa assim que faço nascer os meus motivos hormonais.
Sou toda amor. Obcecada pelos meus filhos.  Apaixonada por eles. Dedicada sempre. E todo os dias das suas vidas,  com 1 dia, 1 ano, todas as fases do seu crescimento e do seu ser.
O final da gravidez é mais calmo.  Parece que o estado hormonal estabiliza para podermos estar minimamente sãs para receber os nossos filhos.
Eu respiro de alívio porque ultrapassei nove meses de marés vivas e de repente,  com eles ao colo,  a contar comigo recebo nova injecção hormonal.
Julgo nunca me ter sentido deprimida,  triste ou ter passado pelos baby blues. Mas sou absolutamente hormonal.
Choro. E choro pelo bom e pelo mau. E a minha felicidade raramente se pode espelhar nas minhas reacções meio melodramáticas e às vezes explosivas.
Grávida da Luísa
Com o Zé Maria 
Pareço sempre calma porque sou calma. Pareço sempre Feliz porque estou Feliz. Não escondo um estado nem finjo um sentimento. Sou uma pessoa de lágrima muito fácil,  sempre fui e já chorei e situações em que deveria ser forte por fora mesmo que um caco por dentro mas não o evito nem com a maior força e o maior ego do mundo e do momento. 
Um filho dá-me para chorar.
Dá-me muito para
sorrir mas entre hormonas do antes e as do depois passo basicamente um ano de lágrima no canto do olho, sensível, frágil e provavelmente muito chata.
A sorte, é que este pós parto hormonal dura sensivelmente um mês.
Depois volto. Ainda sensível, ainda de choro fácil, ainda absolutamente embevecida pelos feitos dos meus filhos, ainda mulher. Sempre com um certo direito às suas coisas; aos seus não tenho nada. É que não sendo feminista nós passamos mesmo por muito, bolas. 9 meses vezes o número de filhos, partos e pós partos e muita gestão emocional.
Tudo isto num corpo, numa cabeça e num coração.

Comentários

  1. :) As hormonas são realmente uma coisa peculiar. A mim afetam-me mais nos primeiros 3 meses mas, depois, ainda dão o ar da sua graça e fazem-me chorar por tudo e por nada e sentir-me terrivelmente incompreendida e injustiçada. Torna-se curioso porque não sou nada assim no meu dia a dia. E, quando estou grávida fico hipersensível. Mas vale tudo muito a pena. Depois eles nascem e temos tanto que fazer e tantas emoções novas e boas que acho que as hormonas nem têm muita hipótese e ficam abafadas algures. até tudo acalmar e voltarem de novo. :P

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