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É preciso desromantizar as pessoas

O meu irmão que ainda não é pai mas que já tem a sensibilidade preparada para, tem-me enviado uns videos da Hel Mother. Mãe solteira, jornalista,  29 anos, de Brasília. E se à partida ela e eu tenhamos pouco ou nada a ver, à medida que vou vendo os seus vídeos, mais me identifico. O seu canal no YouTube e os seus videos pretendem desromantizar a maternidade com humor e sem a inferiorizar.
Essa é ainda a maior dificuldade que tenho em fazer passar as minhas mensagens.
Mostrar a maternidade tal como ela é não é destrata-la. É só torná-la real. E encontrar humor nisto tudo ajuda. O que ajuda ainda mais é sentirmos que não estamos sozinhas e encontrarmos alguém que nos faça sentir exactamente o mesmo e ainda esboçar um sorriso no fim e respirar de alívio. Ufa! Não sou só eu.
Ela fala ainda que encontrou apoio nos grupos de maternidade que aqui em Portugal também há e aos milhares e que ajudam muitas pessoas. Assim como os blogs e as contas no instagram.
Toda a gente procura alguém que faça parecido. Que durma pouco como nós que acorde de noite que não consiga dar de mamar que não goste de deixar o seu filho que precise de descansar dos filhos que só lhes dê biológico e que os leve ao Mac pelo menos uma vez porque pedem ou porque lhes apetece.
Toda a gente precisa e procura validação onde quer que seja.
Eu encontro a minha com o meu marido - muitas vezes, com o meu grupo de amigas e também em pessoas que sigo por aí. Gosto de encontrar pessoas com que me identifico e que me entendem. Seja como mãe seja como mulher.
O mais difícil no entanto e talvez cada vez mais o sinta porque já não estou a ficar nova é a validação interior. E é por isso que há por aí pessoas inteligentes que fazem terapia e resolvem estes assuntos com quem percebe realmente do que fala.
Aquilo que definimos para a nossa vida. Os nossos objectivos. A nossa projecção para o mundo. Como nos mostramos e como nos vêem. Isto ultrapassa toda a dimensão da maternidade.
Somos nós. Nós a fazer por nós. E aquilo que sentimos.
Será normal eu sentir isto? Ser desta maneira? Querer isto para mim? Não querer?
O que eu sinto define-me sempre? Se sentir inveja sou uma pessoa invejosa? Se tiver medo sou medrosa? Se me aventurar sou corajosa?
Essa validação encontro-a só com quem me ama. Com quem me quer bem e com quem me diz que não faz mal sentir isto ou aquilo e com quem conhece a minha essência e me vê a milhas, mesmo quando me encho de máscaras.
Essa é a validação que todos procuramos na vida. Passamos por ela na escola. Minúsculos ainda. No primeiro ciclo. No liceu. No trabalho e na nossa profissão e acredito que quando aprendermos a dizer que sim ao que somos então podemos respirar fundo. Não há mal em ser como sou? Boa. Então vamos em frente e siga para o próximo desafio.
É (muito) importante desromantizar a maternidade mas mais ainda as pessoas.
Ninguém é perfeito não é só uma expressão gira de se dizer. É mesmo uma verdade absoluta.
Nota: Vale a pena seguirem a Hel Mother e ouvirem praticamente tudo o que ela diz, mas isto em particular.
Obrigada ao meu irmão.

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