Avançar para o conteúdo principal

Saudades de ser mãe de um bebé

Andei a ver fotografias antigas porque estava a escrever sobre como me pavoneei durante anos sobre a saúde dos meus filhos e agora ando caladinha que nem um rato. A verdade é que é tudo tão passageiro que não entra para as contas.

O que senti ao andar para trás no tempo, mais do que saudades deles pequenos, foi algumas saudades minhas como mãe de um bebé pequeno. Apesar das dificuldades todas que sinto ao início, não há momento em que me sinta mais orgulhosa e feliz.

Não tem nada a ver com lógica, logística, razão, consciência ou planeamento familiar. Nem sequer tem a ver com o coração ou a vontade. Nada disso entra aqui neste lugar.

Está arrumada a questão - sem unanimidade - mas está. Mas só porque uma coisa esteja decidida não quer dizer que deixe de existir.

Os meus primeiros meses como mãe foram sempre duros. Agora, olhando para trás acho que aguentei mais areia do que cabia na minha camioneta. Chorei, sofri um bocado, senti-me às vezes sozinha e cansada mas nunca em causa esteve o outro lado, o lado mais importante e bonito daquele caos todo.

Os partos, a amamentação, o colo, o cheiro, o mimo. Aquele andar nas nuvens que nos permite tudo. Que nos obriga a muito mas que nos abre tanto o coração.

Adoro ser mãe. Independentemente de ser boa ou má mãe, de ter tantos defeitos, de poder ser muito melhor do que sou, sei que é parte do meu desígnio, talvez maior do que todos os outros. Não nasci para ser mãe mas fui tão bem ensinada por cada um deles. Fui e estou a ser. Mas aqueles primeiros meses fizeram-me sempre crescer, sentir-me forte, capaz, resistente. Eu a responsável por todas as suas conquistas. Orgulhosa.

Hoje o orgulho vai todo para eles, porque cheios de mérito avançam sem precisar (tanto) de mim. Essa mãe vai-se perdendo. Vão nascendo outras, igualmente importantes, mas de forma diferente. De uma forma que ao olhar para trás deixa muita saudade. 

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

23 semanas (e um dia)

Passaram 15 dias desde a última actualização e tudo está maior. Eu no geral e também a minha barriga. Fizemos a ecografia morfológica e é impossível a Luísa estar mais saudável e mais enérgica. Durante toda a ecografia não parou e mostrou-se em toda a sua beleza. A médica disse que ela grande e gordinha. Está do tamanho de uma papaia, com cerca de 550 gramas e quase 30 cm! Comigo também está tudo óptimo e não há sinais de parto prematuro - que temos sempre em conta uma vez que no início tive um descolamento. Não tenho azia, nem dores no corpo, nem de cabeça e só ao final do dia, quando me sento, é que sinto o peso todo do dia ali mesmo no sofá. A fase em que estou é óptima porque ainda me mexo e durmo bem, apesar de estar com o sono muito mais leve. Mas de longe esta é a gravidez que mais me está a custar. Primeiro porque não estou mais nova, depois porque - e este é o grande motivo - tenho um filho que ainda quer colo e a quem ainda lho quero quero dar, e muito. E brincar, e correr...

Quem é amiga?

Todas as famílias passam por isto. Escolher as refeições. No meu grupo de amigas, passamos a vida a pedir ideias sobre o que cozinhar. Para a família, para os amigos, para um jantar especial. As ideias para a semana Mas o mais difícil é mesmo a organização da semana, cozinhar para a casa, coisas boas, que todos gostem e ir às compras a contar com isso tudo. Se a semana estiver organizada, a lista das refeições feita, então não há como não correr tudo melhor. Cá em casa é sempre como calha. Normalmente vou às compras à segunda feira - para mercearia, talho e afins e a fruta e legumes vou comprando ao longo da semana- Já aprendi que à segunda feira não é bom. Penso de cabeça o que vou fazer e compro na hora. Mas a quantidade de vezes que vou ao supermercado é uma perda de tempo e consequentemente de dinheiro. As receitas. Duas por cada dia Eis que surge A IDEIA. E não estaria a escrever isto se não fosse mesmo a ideia mais espectacular que vi nos últimos tempos. Chama-se ...

sair para descansar e não descansar

Quando crescemos, a maior parte de nós, que tem uma vida normal e um trabalho normal e uma rotina normal deixa de sentir adrenalina. E quando a voltamos a sentir, relembramos os tempos da adolescência em que fazíamos coisas parvas para termos este gozo que só algumas coisas nos dão. Estávamos todos a precisar de sair de Lisboa. É que Lisboa é linda mas cansa e mesmo que com filhos nunca se descanse, sair da (nossa) cidade é por si só um enorme descanso. O Aquashow Hotel teve a gentileza de convidar esta família de 5 para um fim de semana e nós, aproveitámo-lo bem. O Hotel é todo ele simpático e animado. Toda a gente é simpática, no restaurante, na recepção, no bar. E isso é logo meio caminho andado para nos sentirmos bem. Os quartos são óptimos e ficámos muito confortáveis uma vez que o nosso quarto era familiar com dois quartos independentes com uma porta comunicante. Varanda espectacular com vista para a piscina. O pequeno almoço é para todos os gostos e há de tudo e deu ...