Todos os anos anseio pelas férias. Normalmente é sempre após períodos de trabalho intenso do meu marido, quando os miúdos já estão esgotados da escola e eu ansiosa por quebrar as rotinas dos nossos dias. Este ano é/foi muito diferente.
Estamos juntos desde o início de Março, 5 meses. Todos os dias sem excepção. O meu marido foi trabalhar em Junho e eles mantiveram-se comigo em casa.
Este ano a vontade de férias não era pelas saudades uns dos outros, não era pela necessidade de estar juntos, mas para sair do nosso sítio.
Não tanto mudar as rotinas dos últimos meses mas mudar o chip, aproveitar sem grandes obrigações, ignorar (ainda mais) os horários, facilitar (ainda mais) as refeições.
A verdade é que eles estão fartos uns dos outros e de nós também. Vejo quando os juntamos com primos, tios, avós que respiram de alívio. Descontraem.
Fazem um intervalo mental de nós.
E nós pais, ou pelo menos eu, estamos com a rédea curta. Trouxemos bagagem.
A ideia de férias, este ano, mudou. Não viemos na ânsia de sempre e ao mesmo tempo queremos e precisamos de aproveitar como nunca. Queremos que tudo corra bem, bom ambiente, miúdos fáceis e felizes e agradecidos pelo que temos e pela sorte de poder viver para além do resto e às vezes parece que estão ainda mais exigentes, talvez por tudo isso.
Estas férias têm tudo para correr bem e vão correr bem. Como adultos somos capazes de fechar os olhos e pôr em perspectiva o que nos trouxe até aqui e quão sensíveis estamos, cada um pelo seu motivo. Foi um ano completamente atípico que está a terminar aqui, nestas duas semanas, com toda a gente a desconfiar à sua maneira.
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