Avançar para o conteúdo principal

Estas férias

Todos os anos anseio pelas férias. Normalmente é sempre após períodos de trabalho intenso do meu marido, quando os miúdos já estão esgotados da escola e eu ansiosa por quebrar as rotinas dos nossos dias. Este ano é/foi muito diferente.
Estamos juntos desde o início de Março, 5 meses. Todos os dias sem excepção. O meu marido foi trabalhar em Junho e eles mantiveram-se comigo em casa. 
Este ano a vontade de férias não era pelas saudades uns dos outros, não era pela necessidade de estar juntos, mas para sair do nosso sítio. 
Não tanto mudar as rotinas dos últimos meses mas mudar o chip, aproveitar sem grandes obrigações, ignorar (ainda mais) os horários, facilitar (ainda mais) as refeições. 
A verdade é que eles estão fartos uns dos outros e de nós também. Vejo quando os juntamos com primos, tios, avós que respiram de alívio. Descontraem. 
Fazem um intervalo mental de nós. 
E nós pais, ou pelo menos eu, estamos com a rédea curta. Trouxemos bagagem. 
A ideia de férias, este ano, mudou. Não viemos na ânsia de sempre e ao mesmo tempo queremos e precisamos de aproveitar como nunca. Queremos que tudo corra bem, bom ambiente, miúdos fáceis e felizes e agradecidos pelo que temos e pela sorte de poder viver para além do resto e às vezes parece que estão ainda mais exigentes, talvez por tudo isso. 
Estas férias têm tudo para correr bem e vão correr bem. Como adultos somos capazes de fechar os olhos e pôr em perspectiva o que nos trouxe até aqui e quão sensíveis estamos, cada um pelo seu motivo. Foi um ano completamente atípico que está a terminar aqui, nestas duas semanas, com toda a gente a desconfiar à sua maneira. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Um minuto é uma eternidade.

Exausta. Feliz. Mais perto. Quando vejo os vídeos sinto-me sempre meio desengonçada e lenta mas quando estou no chão a fazer os exercícios sinto que estou a dar o tudo por tudo. E estou. É sempre estranho vermo-nos a fazer alguma coisa a que o nosso corpo não está habituado. Há algum constrangimento e até vergonha. Mas o importante é manter o espírito e pensar que se não passar por esta fase inicial nunca vou evoluir. Não nasci desportista nem fiz muito desporto em miúda, só ginásio quando andava na universidade -  máquinas e aulas, alguma natação mas nada muito prolongado no tempo. Joguei ténis em miúda mas o meu pai dizia que eu ligava mais aos kits, saias e ténis do que propriamente ao desporto. Depois nunca mais fiz nada até nascer a minha filha. Fui novamente para o ginásio mas durou pouco porque não conseguia arranjar tempo. Quando engravidei do meu filho estava a correr duas vezes por semana há um mês e parei. Há coisas que claramente não faço na perfeição ma

Uma bolha para os meus filhos

Gosto de viver a acreditar que nunca nada de mal lhes acontecerá. No dia a dia caem, magoam-se e vivem como crianças normais cheias de mazelas e marcas de guerra e nódoas negras. Partem dentes e fazem galos.  De vez em quando passam por grandes sustos e parece que está constantemente alguma coisa quase a acontecer e eles são salvos por anjos da guarda como este ano várias vezes nos aconteceu.   Angustia-me pensar para além disto. Não gosto de pensar em doenças nem em possíveis acidentes mas a verdade é que somos todos vulneráveis à vida e eles não podem viver numa bolha ou isso não é viver. Mas ajuda se os protegermos das eventualidades que não são assim tão raras quanto isso.  Como andar na estrada.  Odeio andar de carro. Acho que as pessoas guiam sem amor à vida e sem respeito ao próximo. Andam a abrir e sem respeitar regras nenhumas. Descarregam frustrações e é realmente perigoso fazer viagens nas nossas estradas.  Tenho medo de andar de carro e por isso gosto de saber

Treino #8 e a motivação

Quando comecei este projecto, há pouco mais de um mês tinha dois medos. Top desta loja espectacular In'OutSports Um de ser uma pessoa absolutamente normal que faz milhares de asneiras com a alimentação, que não é nem pretende ser perfeita ou um exemplo a seguir e que quer mudar a vida mas não mudar de vida , e isso tornar-me numa pessoa sem interesse para um blog e para um projecto que se tornou público. O meu outro medo era não ser capaz. Mais do que não ser capaz fisicamente, era ter preguiça, não me apetecer, arranjar desculpas para não treinar. Desistir. Depois há um clique que nos faz querer usar o esforço para nos sentirmos bem, é o sentimento de eu sou capaz, que é completamente recompensador. Esse clique é o que me falta muitas vezes quando tenho opção saudável e opção menos saudável para uma refeição e escolho a pior. Acho que é o grande problema de todas as mulheres e de todas as pessoas no geral que gostam de comer. Aquele segundo antes de asneirar. A emoçã